A Terapia Nutricional é uma estratégia extremamente importante, muito utilizada na recuperação de pacientes para repor nutrientes perdidos por diversos motivos, como: traumas, infecções, doenças em geral ou algum procedimento cirúrgico. Com a aplicação correta da terapia nutricional, o sucesso da recuperação desses pacientes é garantido, pois acontece de forma contínua e eficaz. Foi pensando nisso que a Associação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Norte do Estado do RS (Hospinorte) promoveu um treinamento sobre Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral (conceitos e produtos), direcionado aos profissionais da área de nutrição e enfermagem dos hospitais associados.
A capacitação foi realizada no dia 11 de julho, no Centro Clínico do Hospital de Caridade de Erechim, ministrada pela nutricionista Letícia Tomicki Zyger, especialista em Nutrição Clínica, Doenças Crônicas e Transtornos Alimentares, especialista em Nutrição em Pediatria e Mestre em Engenharia de Alimentos.
Ela iniciou sua fala apresentando as rotinas do setor de nutrição e dietética do Hospital de Caridade de Erechim, desde a copa, em que é retirado o mapa de dietas com a enfermagem em cada turno, até o oferecimento do almoço e jantar. De acordo com Letícia, a triagem de risco nutricional segue a NRS 2002, que serve para detectar a desnutrição ou o risco de desenvolvê-la durante a internação hospitalar, classificando os pacientes segundo a deterioração do estado nutricional e a gravidade da doença, ajustado à idade - ausente, leve, moderado e grave -, e a necessidade de terapia nutricional oral (suplementação).
Segundo a nutricionista, os suplementos orais são aliados importantes na recuperação e manutenção de peso e massa muscular e tendem a prevenir a evolução do quadro para uma dieta enteral. Ela afirmou que a alimentação hospitalar segue os mesmos pilares de uma alimentação saudável, pois deve ser em quantidade suficiente, possuir qualidade nutricional satisfatória, estabelecer harmonia entre os nutrientes e estar adequada a cada indivíduo. “Em alguns casos, é necessária uma alimentação suplementar, de forma isolada ou combinada, com fins terapêuticos específicos”, comentou.
CARACTERÍSTICAS
Conforme explicou Letícia, a alimentação hospitalar apresenta características específicas, podendo ser realizada por via oral (pela boca), enteral (por sonda) e parenteral (acesso na veia). A primeira deve ser utilizada quando o trato gastrointestinal está funcionando, sem oferecer risco de aspiração de comidas e líquidos para os pulmões. Já a dieta via enteral é recomendada quando a ingestão pela boca não é possível, seja por apresentar riscos ou por ser insuficiente para garantir a manutenção ou a recuperação do estado de saúde. Neste caso, a consistência dos alimentos deve ser líquida, sem resíduos, para que não haja obstrução da sonda. Em todas as vias, destacou a nutricionista, estão presentes nutrientes importantes para o funcionamento de órgãos e sistemas.
Letícia falou sobre as bolsas de nutrição parenteral e os cuidados que requerem, e também os tipos de acesso da nutrição enteral, por meio de sondas, assim como os tipos – sistema fechado (requer uso de bomba de infusão) e sistema aberto (utilizado em casa, maior risco de contaminação, requer compra de frasco e equipo). Ressaltou as complicações gastrointestinais que podem advir da adoção da nutrição enteral e os cuidados que devem ser adotados para evitá-las.
Ao encerrar, falou sobre a formação da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional, que deve ser um grupo formal e obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional de cada categoria: médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico, podendo ainda incluir profissional de outras categorias, habilitados e com treinamento específico para a prática da Terapia Nutricional-TN, conforme Resolução RDC Nº 503, de 27 de maio de 2021.
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