Resultados da pesquisa serão utilizados para pensar estratégias de alfabetização
Na tarde desta sexta-feira (14/06), a Secretaria de Educação apresentou os dados da Avaliação Diagnóstica de Fluência Leitora 2024, que faz parte do programa estadual Alfabetiza Tchê RS. O conjunto de ações, voltadas para o apoio à alfabetização, conta com a adesão de todos os 497 municípios gaúchos, além de integrar Parceria pela Alfabetização em Regime de Colaboração (PARC), iniciativa da aliança formada pela Associação Bem Comum (ABC), Fundação Lemann e Instituto Natura. O evento, realizado de forma online, foi transmitido pelo canal TV Seduc RS, no YouTube.
A Secretária de Educação, Raquel Teixeira, participou do encontro, destacando que a avaliação é uma etapa que se incorporou ao processo administrativo da Seduc. Segundo ela, aos resultados fornecem um panorama das habilidades dos estudantes, apontando possibilidades de intervenção pedagógica. "Alfabetização é a base de tudo. Fala-se muito da importância de linguagem criativa e pensamento crítico, mas elas só são possíveis com o primeiro tijolo da consciência fonêmica, da compreensão das palavras, da ampliação do vocabulário", afirmou.
As tarefas da avaliação são corrigidas para classificar os perfis de leitura. A divisão é separada em pré-leitor, que possui quatro níveis de subdivisão, leitor iniciante e leitor fluente. Cada uma das categorias indica um nível diferente. O pré-leitor equivale a um estudante que ainda não consegue ler completamente, tendo dificuldades em palavras isoladas; leitor iniciante é capaz de ler pequenas sequências, com pausas entre as sílabas; por fim, o nível de leitor fluente diz respeito a um aluno que lê textos automaticamente, de forma natural.
Na rede pública, abrangendo escolas estaduais e municipais, mais de 95 mil alunos do segundo ano do ensino fundamental foram avaliados, o que representa cerca de 85% de taxa de participação em todo Estado. Ao todo, os resultados mostraram que 47% dos alunos estão no nível pré-leitor, 45% estão no nível intermediário, de leitor iniciante, e 8% podem ser considerados leitores fluentes.
Em comparação com dados de 2023, a porcentagem de leitores iniciantes, que era de 37%, aumentou em 10 pontos percentuais, enquanto a de pré-leitores, de 54% no ano passado, diminuiu em 10 pontos percentuais.” É um indício forte de que estamos construindo sustentabilidade de resultados na política do Alfabetiza Tchê, a partir do momento em que as crianças chegam no segundo ano chegam em um patamar melhor”, afirmou Hylo Leal Pereira, Coordenador da Associação Bem Comum (ACM).
A pesquisa realizou ainda um recorte no contexto de cor e raça. As crianças que se declararam brancas estiveram na média entre o nível de leitores iniciantes, com percentual de 48%.
Já os alunos que se identificaram como pretas, pardas e indígenas alcançaram resultados menores, com porcentagem de leitores iniciantes de 40%, 35% e 27%, respectivamente. “Quando a gente faz a intersecção, essas crianças também são, em grande medida, as que têm menos acesso a bens e serviços. Há uma relação muito forte nesses recortes contextuais de cor e raça e de índice socioeconômico. São pistas que a gente traz para que o Estado possa pensar ações estratégicas, olhando para essas desigualdades”, destacou Hylo Leal.
Também participaram da transmissão a Secretária Municipal de Educação de Igrejinha, Cristiane Verediana Martin, representado a União dos Dirigentes Municipais de Educação; o Coordenador da Associação Bem Comum, Hylo Leal Pereira; e a Supervisora de Correção de Instrumentos de Avaliação no Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF), Josiane Toledo Ferreira Silva.
Comments