Leucemia é o tipo de câncer mais frequente entre crianças e adolescentes, representando cerca de 30% de todos os casos
- Najaska - Jornalismo

- 26 de nov.
- 3 min de leitura
De acordo projeções do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar mais de 7 mil novos diagnósticos de câncer infantil e juvenil entre 2023 e 2025

No Dia Nacional de combate ao Câncer, 27 de novembro, a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) lança um alerta sobre a importância do diagnóstico precoce e do acesso ao tratamento. A leucemia é o tipo de câncer mais frequente entre crianças e adolescentes, representando cerca de 30% de todos os casos de câncer infantil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
A forma mais comum em crianças é a leucemia linfoide aguda (LLA), responsável por cerca de 80% dos casos. Ela se origina na medula óssea, o tecido responsável pela produção de células sanguíneas. Nessa condição, os glóbulos brancos , que deveriam defender o organismo, sofrem mutações e passam a se multiplicar de forma desordenada, ocupando o espaço das células saudáveis.
“Os sintomas podem ser confundidos com doenças comuns da infância, como infecções e anemias. Por isso, é essencial que pais e responsáveis fiquem atentos a sinais persistentes, como palidez, fadiga, febre sem causa aparente, manchas roxas, sangramentos, dores ósseas e aumento do abdômen ou das ínguas”, orienta a Dra. Mariana Michalowski, presidente da SOBOPE. “Se o quadro não melhora, é fundamental buscar avaliação médica”, reforça.
Tratamentos cada vez mais eficazes e acessíveis
O tratamento da leucemia infantil é complexo e personalizado, envolvendo diversas estratégias que atuam em etapas complementares da doença. A quimioterapia permanece como o principal recurso terapêutico, mas novas abordagens vêm ampliando as perspectivas de cura.
“A incorporação dessas terapias modernas, especialmente as imunoterapias e as terapias-alvo, tem transformado a abordagem da leucemia infantil , apesar de ainda ser algo desafiador no Brasil. Elas nos permitem oferecer tratamentos mais precisos e menos tóxicos, ampliando as chances de cura e garantindo maior qualidade de vida às crianças”, Dra. Maria Lucia M Lee, uma das coordenadoras do grupo brasileiro de tratamento da leucemia infantil ( GBTLI LLA ) vinculado a SOBOPE.
Entre elas, destacam-se:
Imunoterapia: terapias que estimulam o sistema imunológico a combater as células leucêmicas, como os anticorpos monoclonais e a inovadora CAR-T cell, que modifica as células do próprio paciente para reconhecer e destruir o câncer.
Transplante de medula óssea: indicado em casos de alto risco ou de recaída, substitui a medula doente por células-tronco saudáveis de um doador compatível.
Terapias-alvo: medicamentos que atuam especificamente sobre mutações genéticas das células cancerígenas, como os inibidores de tirosina quinase, usados em subtipos como o LLA Ph+.
Radioterapia e cuidados de suporte:Felizmente o uso de radioterapia está praticamente em desuso no tratamento das leucemias agudas . Os Cuidados de suporte que são utilizados para controlar sintomas, tratar áreas específicas e reduzir os efeitos colaterais do tratamento são elementos críticos para o sucesso do tratamento.
“Hoje, o Brasil tem um cenário muito mais positivo. O SUS oferece praticamente todos os medicamentos essenciais para o tratamento da LLA, gratuitamente e imediatamente. Isso é um avanço enorme, que garante equidade no acesso e salva vidas todos os dias”, afirma a Dra. Mariana
Diagnóstico precoce faz toda a diferença
A presidente da SOBOPE destaca que, embora o câncer infantil seja uma condição rara em comparação ao câncer em adultos, ele evolui rapidamente e requer atenção redobrada. “O câncer na infância é diferente do câncer no adulto. Ele costuma crescer mais rápido, mas também responde melhor ao tratamento. Por isso, cada dia conta. Quanto antes o diagnóstico é feito, maiores são as chances de cura e menores os efeitos tardios do tratamento”, explica.
Com o avanço das terapias e o trabalho integrado de equipes multidisciplinares, as taxas de cura da leucemia infantil no Brasil chegam a níveis semelhantes aos dos países desenvolvidos, superando 80% em muitos centros de referência. A SOBOPE reforça que o Dia Nacional do Câncer Infantil é uma oportunidade para sensibilizar a sociedade para a importância da atenção aos sinais, do acesso rápido ao tratamento e do investimento contínuo em pesquisa e estrutura hospitalar.
“Cada diagnóstico precoce é uma chance de cura. E cada cura é um lembrete de que informação salva vidas”, finaliza a Dra. Mariana.








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