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Escola Diocesana de Formação conclui cursos deste ano





Em missa presidida pelo Pe. Cair Favretto, Pároco da Catedral São José, concelebrada por 9 padres, entre eles José Carlos Sala na animação do canto, com a participação de 5 diáconos, no Santuário N. Sra. de Fátima, na noite desta terça-feira, 29, a Escola Diocesana de Formação encerrou o Curso de Servidores deste ano, concedendo certificado de conclusão a 76 representantes de 17 Paróquias, 40 deles em vista do ministério da evangelização, da caridade e extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística e 36 do ministério de Catequista (Iniciação à Vida Cristã).

Na noite desta quarta-feira, em Jacutinga, haverá a conclusão de Curso de Servidores lá realizado neste ano, com representantes de 4 Paróquias daquela Área Pastoral.

Na homilia, concisa e objetiva, Pe. Clair, um dos professores do Curso como também da Itepa Faculdades, refletiu três aspectos, o tempo litúrgico do Advento, iniciado domingo passado, as leituras do dia e a missão dos concluintes e de todos os que exercem serviços na comunidade. O Advento é tempo de espera, no qual a Igreja repete o pedido “Vem, Senhor”, muito presente em vários textos bíblicos, no ensinamento dos apóstolos e numa aclamação na consagração da celebração eucarística, “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa Ressurreição: Vinde, Senhor Jesus!” Neste tempo, celebra-se o Cristo que veio, na esperança de Cristo que virá, acolhe-se o Cristo que vem. A leitura do dia apresenta a palavra consoladora de Isaías ao povo em cenário de desolação. Um rebento novo brotará da descendência de Davi, que realizará a promessa do Deus sempre fiel, embora o povo nem sempre o seja. O evangelho mostra Jesus reconhecendo sua vocação de Filho e exulta no conhecimento do Pai pelos pequenos e pobres. Os concluintes do Curso de Servidores foram chamados para amadurecer na fé, enriquecer os conhecimentos de Deus, da Igreja e da missão e qualificar ainda mais a ação evangelizadora da Igreja.

No final da celebração, a secretária da Escola chamou cada concluinte para receber seu certificado de conclusão do curso entregue por padres, diáconos e religiosa presentes.

Íntegra da homilia do Pe. Clair

Advento, tempo da espera do Cristo que vem

1) O Advento é tempo de Cristo. Nele revivemos a espera da sua última vinda, ajudados pela leitura dos textos messiânicos do Antigo Testamento, e vivemos a perspectiva do Natal, que renova em nós a memória das promessas de Deus já realizadas, ainda que não plenamente em nós.

A Igreja repete a cada ano o Marana tha! (Vem, Senhor!), que encontramos em vários textos bíblicos, a Didaqué, e que continua a ecoar numa das aclamações das Preces eucarísticas: Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa Ressurreição: Vinde, Senhor Jesus! (Marana tha!).

O Advento é tempo de esperança e de desejo. Esperamos e desejamos a manifestação do Senhor. O Advento é o tempo da espera feliz.

O Advento é o tempo em que Deus renova sua vinda entre nós. Novamente vem morar entre nós. Deus continua fazendo sua parte de visitar o seu povo. Cabe a nós prepararmos esta espera. Cuidadosamente prepararmos a nossa vida, o nosso coração, a nossa família, a nossa comunidade para que os sinais de sua presença se façam sentir e viver.

No Advento, celebrando o Cristo que veio, na esperança de Cristo que virá, nós acolhemos o Cristo que vem. O tempo do Advento é o tempo de nos entregarmos a esta acolhida intensificando nossa oração, nosso recolhimento, nosso silêncio, nossa meditação, para nos prepararmos para as grandes graças do Natal.

Toda festa, quando melhor preparada, melhor será vivida. Preparemos bem esta grande festa litúrgica, esta grande festa cristã, para vivermos na mais profunda dignidade a vinda de Cristo entre nós.

2) Leituras de hoje - Is 11,1-10 - Num cenário de desolação, Isaías mostra que vai brotar “uma haste, um rebento, sinal de vida e de bênção”. Deus atua e se revela de modo imprevisível, confundindo a sabedoria humana. Os caminhos de salvação, que nos faz percorrer, são inesperados, como sugere o tema da “haste do tronco de Jessé”. O rebento, que desponta de um tronco cortado, no meio de um bosque devastado, recorda a fidelidade de Deus à sua promessa e o privilégio que, aos seus olhos, têm os humildes e pequenos.

O rebento faz analogia ao broto que ressurge do tronco da família de Davi, provada pelas tragédias da história e pela infidelidade do seu pecado. Mas Deus é fiel e não esquece a promessa de estabelecer para sempre o trono de Davi. A referência ao “tronco de Jessé”, pai de Davi, lembra que Deus faz maravilhas, não com o Davi humanamente poderoso, mas com o Davi criança e fraco diante dos homens, mas amado e escolhido por Deus.

O dom do Espírito (v.2) é o dom divino mais importante aos chefes libertadores de Israel, aos profetas, aos sacerdotes, aos sábios. Mesmo assim era um dom parcial. Mas um descendente de Davi irá receber este dom de modo pleno e duradouro: “Sobre ele repousará o espírito do senhor” (v.2). O menino real receberá a totalidade dos dons e dos carismas.

A última parte do texto tem alcance universal: o reino deste menino não se limitará a Jerusalém, mas abrangerá a humanidade inteira e a própria criação. Com ele, aparecerá um mundo totalmente renovado, reconciliado, quase um “novo paraíso”, cujo centro é o monte santo de Deus, cuja presença será pacificadora e vitoriosa sobre todo o mal.

Lc 10,21-24 - Jesus reconhece a verdade da sua vocação de Filho na fé dos pequenos, daqueles que os homens da religião julgavam desfavorecidos mas que, com gratidão e humildade, acolheram a pregação dos discípulos. Tudo isto é descoberto e celebrado na força do Espírito que torna o ser humano capaz de ler os acontecimentos à luz da vontade de Deus.

A exultação de Jesus nos deixa perceber a qualidade dos eventos pelos quais se manifesta a sua vocação filial.

Jesus admira o “conhecimento” que o Pai tem dele e exalta o conhecimento que o mesmo Pai lhe dá do seu projeto de salvação. Mais ainda: Jesus introduz neste conhecimento de Deus os seus amigos, aqueles que aceitam participar na familiaridade que o liga ao Pai (v.22). Essa participação é a verdadeira bem-aventurança dos discípulos, que já não vivem à espera, mas usufruem da presença da salvação há muito esperada por Israel (v.23).

Cada um de nós pode ser um desses privilegiados, se acolher o dom do Espírito que repousa sobre Jesus, o rebento messiânico. E como Jesus, pela força do Espírito, soube discernir o plano sábio de Deus, também cada um de nós poderá alegrar-se com a atenção e o carinho que Deus reserva aos pobres e simples. Cada um de nós poderá acolher a revelação do mistério do amor do Pai e entrar numa relação de comunhão e intimidade com Ele.

3) Creio que é bem isso que nos reúne aqui nesta noite.

Deus tocou o coração destes cristãos, homens e mulheres que aceitaram seu convite, e cheios do Espírito de Deus se colocaram a serviço dele.

Vocês, concluintes, aceitaram dar um pouco mais de si para a Igreja de Cristo. Vocês deixaram tanta coisa boa e dedicaram-se todas as noites a estarem presentes na Escola de Servidores para amadurecer na fé, enriquecer os conhecimentos de Deus, da Igreja e da missão e qualificar ainda mais a ação evangelizadora da Igreja.

Vocês simplesmente colocaram-se a serviço e Deus foi lhes moldando. É possível que tenham passado pela tentação da desistência, mas o dom do Espírito lhes imbuiu a perseverança.

Ao longo do tempo vocês foram separados, não para enfraquecer, mas para fortalecer ainda mais a missão a partir da especificidade de cada ministério. E foram enriquecidos com novas pessoas dispostas a colaborar na missão.

Obrigado pelo sim de vocês à Igreja. Não tenho dúvidas em dizer que todo o bem dedicado à Igreja é o bem dedicado a Deus. Todo bem dedicado à sua Igreja, Ele vai recompensar. Todo o bem dedicado aos outros Deus sempre recompensa.

Através de Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística ou através do Ministério de Catequistas, vocês vão colocar em prática os carismas que Deus lhes confiou. O carisma é uma graça, um dom conferido por Deus Pai, por obra do Espírito Santo.

Conforme o Papa Francisco, na catequese sobre a Igreja e os carismas, proferida em 1º de outubro de 2014, ele diz que o carisma “É uma dádiva concedida a alguém, não porque é melhor do que os outros, nem porque mereceu. É um presente que Deus lhe oferece para que, com a mesma gratuidade e com o mesmo amor, vocês a possam colocá-la a serviço da comunidade inteira, para o bem de todos. O carisma não é para si, mas para estar a serviço de toda a comunidade”. O carisma é um dom e este só Deus o concede. Não é direito da pessoa que fez a escola, por exemplo, não é merecimento porque nunca faltou às aulas. O carisma é dom de Deus. E este, Deus o concede a quem ele quer. Àquelas pessoas que estão dispostas a acolhê-lo.

Desta forma com os diversos carismas que Deus concede às pessoas, formamos um corpo, formamos a Igreja, o povo de Deus. Deus, por meio do seu Espírito, confere carismas diferentes. E na diversidade de carismas é que se estabelece a unidade da Igreja.

Na mesma catequese continua o Papa Francisco: “diante desta multiplicidade de carismas, o nosso coração deve abrir-se à alegria, levando-nos a pensar ‘Que bonito! Tantos dons diferentes, pois somos todos filhos de Deus e todos somos amados de um modo único’.” E continua o Papa, “ai de nós se tais dons se tornarem motivo de inveja, de divisão, de ciúmes. Todos os carismas são importantes e ninguém é insubstituível.” Na compreensão do papa Francisco todos temos necessidades uns dos outros e que cada dádiva recebida se realiza plenamente quando é compartilhada com os irmãos, para o bem de todos.”

Com estas frases do papa Francisco, desejo a todos vocês concluintes desta turma de Escola de Servidores e de Catequese que não desanimem quando surgirem críticas, mas também que vocês não se sintam os melhores, não invejem os outros e contem sempre com a graça de Deus, pois foi ele que vos trouxe aqui e é Ele que lhes dá esta missão, este dom, esta graça.

Peçamos à Virgem Maria que seja sempre a companheira da caminhada de vocês.

Parabéns pelo sim de vocês e pela conclusão desta etapa de formação que vos possibilita assumir lindos ministérios na Igreja.




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