A professora do Atendimento Educacional Especializado, Joseana Onhate, apresentou um artigo sobre Educação Inclusiva
Incentivar os educadores a buscarem qualificação constante e participarem de projetos que os desafiem e os façam crescer enquanto profissionais e seres humanos faz parte da pedagogia marista. E promover e valorizar a vida e o ser humano com suas diferenças e especificidades também. É o olhar para cada estudante de forma atenta, valorizando suas potencialidades e auxiliando no seu desenvolvimento que faz a diferença. Diante dessa premissa, a Rede Marista e o Colégio Marista Medianeira trabalham com a Educação Inclusiva através do Atendimento Educacional Especializado (AEE), buscando promover também a formação dos educadores que atuam nesta área. No Marista Medianeira, a educadora responsável pelo AEE é a professora Joseana Onhate, que, juntamente com as colegas educadoras Ana Rosimeri Araújo da Cunha e Cristiane Garin, desafiou-se a escrever sobre Educação Inclusiva e participou de um Congresso Internacional em Portugal, em julho deste ano.
As educadoras escreveram o artigo “Ensino colaborativo no ensino remoto: um relato de sucesso", e submeteram o artigo para possível publicação no Congresso Luso-Brasileiro de Educação Inclusiva de 2022. Após algumas semanas da inscrição, receberam a notícia de que o trabalho foi aprovado para apresentação oral. A professora do Marista Medianeira, juntamente com as colegas da Rede Marista, viajou a Braga, Portugal, de 13 a 15 de julho, para apresentar o projeto construído. O artigo tinha como objetivo mostrar como os princípios do Ensino Colaborativo favorecem a inclusão de estudantes da Educação Especial e como as professoras envolvidas podem qualificar a sua prática pedagógica, inserindo subsídios conceituais em seus planejamentos, aprofundando a discussão internacional sobre a temática do congresso.
A professora do Marista Medianeira, Joseana Onhate, relatou como foi a experiência de falar e compartilhar sobre Educação Inclusiva em outro país.
“Cada um de nós lembra, de maneira especial, de uma viagem inesquecível.
Para mim, a participação neste congresso, a possibilidade de apresentar e defender meu trabalho, e ter um livro publicado juntamente com duas colegas - Ana Rosimeri Araújo da Cunha e Cristiane Garin Krause, que também contribuíram muito para que esse objetivo fosse alcançado, é uma parte da minha vida que nunca irei esquecer.
Talvez, para alguns, tenha sido somente uma viagem para Europa, mas para nós foi um momento magnífico que ficará para sempre em nossas lembranças.
Tudo começou quando resolvemos escrever e relatar um pouco sobre nossas vivências profissionais. Atuamos em uma rede de escolas particulares como professoras de AEE. A ideia de participar de um congresso internacional voltado para a inclusão, partilhar nossos saberes e beber de outras fontes de aprendizado e estudo, fez com que nos inscrevêssemos, mas sem grandes expectativas.
Quando recebemos o e-mail de aceitação, o coração bateu mais forte e a emoção tomou conta e, assim, a partir desse dia, começamos o processo para realizar a viagem.
O momento mais incrível, no qual a ansiedade, a emoção e a alegria tomaram conta, foi estarmos em uma sala, com ouvintes atentos, confirmando que o ensino colaborativo é uma estratégia imprescindível para a inclusão.
Mas o que é ensino colaborativo do qual falamos? A sala de recursos é um serviço de apoio que envolve um atendimento complementar ou suplementar no contraturno, com uma profissional formada em Atendimento Educacional Especializado (AEE), que tem como o público alvo os estudantes da educação especial. Assim, o serviço tem como propósito acolher, incluir, identificar as necessidades do estudante, além de promover e garantir a acessibilidade às estratégias que possibilitem a sua participação, com autonomia, nas atividades escolares, eliminando as barreiras e contribuindo com o desenvolvimento da educação inclusiva.
Outro fator importante do AEE é oferecer suporte ao professor da classe comum. Mas como fazer isso acontecer de maneira efetiva? Primeiro, precisamos de gestores e professores participativos capazes de se envolver na missão de aceitar o novo, com parcerias e ações conjuntas, apoio mútuo e, acima de tudo, comprometidos com os valores humanos, desenvolvendo a equidade. Apresento aqui um “parêntese”, em que saliento que este assunto foi muito debatido no congresso.
No artigo que elaboramos para o evento, relatamos a forma de atuação da minha prática, como professora da sala de recursos e como, juntamente com a professora regente, por meio dos planejamentos, troca de ideias e experiências, criamos estratégias que contribuíram no pleno desenvolvimento dos alunos durante a pandemia e o ensino remoto. A parceria deu tão certo que, mesmo na modalidade presencial, continuamos com esse olhar atento e sensível para estes estudantes.
Não podemos esquecer que, durante o processo de adaptação do ensino remoto, as famílias dos estudantes da educação especial tiveram um papel fundamental para que o nosso trabalho pudesse dar certo.
Outro aspecto importante que aprendi ao participar desta viagem foi que nunca podemos desistir dos nossos sonhos, por mais distantes e difíceis que pareçam ser. Um dia eles podem se realizar. Conheci, aprendi, fiz muitas trocas de vivências com colegas de vários cantos do mundo, adquiri e presenciei várias estratégias diferentes e novas maneiras de lidar com o nosso cotidiano. Precisamos expandir nossa visão, ampliar horizontes. Então, deixo uma dica para os professores: nunca deixem de acreditar em seu aluno, façam formações continuadas, criem parcerias com seus colegas de trabalho, envolvam-se.
Isso não significa o fim, mas um incentivo para novas escritas, novas experiências e parcerias.
E não podemos esquecer de relatar que conhecer um lugar lindo e encantador, como é a cidade de Braga, também fez a diferença na nossa viagem.”
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