A equipe DropTeam, formada por estudantes e professores do Campus Erechim do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), conquistou o 3º lugar na Shell Eco-marathon Americas, na categoria de protótipo eficiente movido a gasolina, com a marca de 706,57 quilômetros percorridos com um litro do combustível (km/l). A competição ocorreu entre 3 e 7 de abril, no Indianapolis Motor Speedway, local que costuma sediar corridas da fórmula Indy e da Nascar, nos Estados Unidos.
Os resultados completos da Shell Eco-marathon Americas 2024 podem ser consultados no site do programa.
Confira abaixo relato do coordenador do projeto, professor Airton Airton Campanhola Bortoluzzi (na foto ao lado, o terceiro da direita para esquerda), enviado por áudio no dia 8 de abril, do aeroporto de Indianápolis:
Pra vir, a gente teve um problema novamente. Chegou um avião de Nova Iorque para Indianápolis a não transportar o protótipo, aí nos mandaram pra Chicago. De Chicago pra Indianápolis, a gente pegou um táxi, e aí conseguimos chegar. Três alunos que estavam trazendo as peças do carro também tiveram seus voos remarcados, chegaram onze horas da manhã, no dia da competição, já tinha começado. Quando finalmente a gente conseguiu montar tudo, devido ao frio, tava fazendo zero graus, dois graus, um frio muito intenso, a gente teve problema até na linha pneumática, de pressurização do combustível. Aí a gente resolveu isso. Depois, em seguida, teve problema elétrico, então quando finalmente a gente conseguiu fazer tudo, a gente foi pra pista fazer os testes. O piloto conheceu a pista, conseguimos analisar como o carro se comportava aqui, tudo que a gente tinha planejado a gente foi ajustando pra aquilo que a gente achava que era melhor.
No primeiro dia de competição, a gente fez a primeira média e, em termos de consumo, foi muito melhor, foi aquilo que a gente esperava, realmente. Mas teve um detalhe, que é novidade na competição desse ano e daqui pra frente, é que eles mensuram não só o combustível, mas também o consumo elétrico, o que, pra nós, a gente não tinha essa necessidade de medir ou de ajustar o consumo elétrico, e isso fez com que a nossa média baixasse muito porque o consumo elétrico é descontado, é uma energia que você gasta também, não só o combustível, contabiliza toda a energia gasta pro percurso. E o consumo elétrico, pra ter uma ideia, representou algo em torno de 300 km/l.
Então, pro segundo dia, a gente fez um estudo, uma análise de tudo que a gente tinha de consumo elétrico e buscou reduzir ao máximo. Por isso, a cada tentativa em pista, a gente foi melhorando nossa performance. Pra ter uma ideia, na última tentativa, que a gente fez 706 km/l, a gente consumiu mais combustível do que na primeira, que foi de 612 km/l, porém a gente conseguiu reduzir o consumo elétrico a 20% do que foi na primeira tentativa. Então a equipe trabalhou muito pra reduzir o consumo de energia elétrica do protótipo aqui. A gente fez o máximo que pôde e, na parte de combustível, a gente conseguiu o resultado que era esperado. Tanto que se considerar só combustível, a gente teria passado de 900km/l.
Então a gente sai daqui muito otimista por todo o trabalho desenvolvido e também nós temos agora um novo desafio, de aperfeiçoar o consumo elétrico do carro, junto com o de combustível, pra conseguir a maior eficiência possível, como sempre, trabalhando na melhoria contínua do projeto. Isso já nos dá uma motivação a mais pra continuar e participar no Rio de Janeiro, no final de agosto, superando o nosso resultado. Esse é o grande objetivo do projeto, superar o nosso resultado. E aí, se esse resultado for melhor que os demais, a gente ganha, senão a gente sabe que tem ainda mais trabalho pela frente.
Então a gente tem a agradecer também a oportunidade de estar aqui, representando o Instituto Federal, o Campus Erechim, o próprio município de Erechim, o município de Severiano de Almeida que também está nos apoiando, tem alunos no projeto, já teve outras vezes, então é uma oportunidade muito grande pra nós aprendermos e nos desenvolvermos, conhecer outras pessoas, outras equipes, tecnologias e impulsionar os alunos para o desenvolvimento de mais tecnologia, de inovação, então isso é uma grande oportunidade pra gente e o resultado mostra que a gente tá conseguindo atingir esse objetivo.
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