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Doces na casquinha: Letícia transforma tradição e fé em arte

  • Foto do escritor: Najaska - Jornalismo
    Najaska - Jornalismo
  • 16 de abr.
  • 2 min de leitura

Tudo começou com 100 casquinhas entregues aos coleguinhas dos filhos na escola. Hoje, são 600 casquinhas produzidas em alta escala, todas pintadas por ela, inclusive durante as madrugadas das últimas semanas

Em meio ao colorido da Páscoa e à simbologia da ressurreição, uma artista do artesanato chama atenção nas redes sociais. Letícia Santos, auxiliar em saúde bucal, estudante de odontologia e catequista, tem encantado crianças e adultos com uma tradição que une talento, religiosidade e cultura: doces produzidos dentro de casquinhas de ovos decoradas à mão.


Sua história começou de forma singela. Letícia decidiu, em um ano especial, transformar ovos comuns em pequenas obras de arte recheadas com o sabor da infância. “A primeira que fiz foi demais, e a partir daí me apaixonei pelas casquinhas”, revela ela, com o mesmo entusiasmo que move sua produção até hoje.


A Arte das Casquinhas


O processo de criação é artesanal do início ao fim. Letícia guarda casquinhas durante o ano inteiro. A preparação começa com a quebra cuidadosa dos ovos, higienização com água e hipoclorito, secagem e armazenamento em potes com tampa. Já em janeiro, ela inicia a pintura base, e nos 15 dias que antecedem a Páscoa, dedica-se intensamente à decoração final e ao recheio das casquinhas.


Inspirada por modelos criados por uma amiga, pelos pedidos dos filhos e também por pesquisas no Google, Letícia desenvolveu 33 modelos diferentes este ano, agradando desde crianças até os adultos. “As meninas adoram unicórnios, joaninhas, pintinhos e galinha pintadinha. Já os meninos preferem Homem-Aranha, avião, carrinhos e o peixinho Nemo. As mamães se encantam com os bichinhos”, conta ela, sorrindo.


Recheios com sabor de nostalgia


Os recheios também têm seu charme: carapinhas — o clássico da Páscoa — e gominhas, pensadas especialmente para as crianças que não gostam de amendoim. As casquinhas devem ser mantidas em local seco, pois, embora o recheio tenha menor durabilidade, a casca pintada pode ser reutilizada em outros anos.


Fé, família e renda extra


Para Letícia, a Páscoa vai além do chocolate. “É a ressurreição de Jesus Cristo, que morreu na cruz para nos salvar. Sou catequista e ensino diariamente meus filhos sobre o Amor de Deus por nós”, explica. Entre uma pintura e outra, Letícia aproveita para compartilhar valores religiosos e culturais com sua família, tornando esse ofício um verdadeiro elo entre fé, tradição e amor.


Apesar de sua rotina intensa entre o trabalho e os estudos de odontologia — sua futura profissão e paixão —, ela encontra na arte das casquinhas uma fonte de equilíbrio emocional e financeiro. “Esse trabalho manual me acalma e também ajuda como complemento de renda para minha graduação”, afirma.


Alta demanda


Tudo começou com 100 casquinhas entregues aos coleguinhas dos filhos na escola. Hoje, são 600 casquinhas produzidas em alta escala, todas pintadas por ela, inclusive durante as madrugadas das últimas semanas. As encomendas não param de chegar, e o encantamento se espalha.


As vendas acontecem pelas redes sociais no perfil @santosleticia, ou pelo WhatsApp (54) 99208-6100. Os clientes retiram as casquinhas em sua casa ou recebem por correio, com ajuda de conhecidos para as entregas em outras cidades.


Letícia Santos é o exemplo vivo de como uma tradição simples, somada à criatividade, pode se transformar em um verdadeiro fenômeno regional — doce, colorido e cheio de significado.


Por: Ragnara Marchiori

 
 
 

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