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É possível conciliar preservação do patrimônio histórico e crescimento da cidade


Projeto-piloto para requalificação dos passeios com pedra portuguesa feitos na década de 1950, na área central do município, vai desfazer a ideia de que não é acessível. Uso facilita a manutenção e preservação do patrimônio histórico



A Prefeitura de Erechim, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, com apoio da Secretaria de Cultura e Esporte, está restaurando parte dos passeios da área central do município feitos com pedras portuguesas na década de 1950. A realização do projeto-piloto, no segundo canteiro da avenida Maurício Cardoso, tem a parceria, também, do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (Comphac), que visitou o local, na manhã desta segunda-feira (26).

Patrimônio histórico

Segundo a arquiteta chefe, Ariane Pedrotti de Ávila Dias, do Serviço de Patrimônio Histórico e Cultural, da Prefeitura de Erechim, integrante do Comphac, o passeio feito de pedra portuguesa é patrimônio histórico de Erechim e referência na cidade, presente desde a construção do traçado urbano do município. “A nossa ideia é manter o padrão histórico e melhorar a estrutura dos passeios, porque há anos eles não têm manutenção, nunca foram refeitos totalmente, como estamos fazendo”, explica ela.

Manutenção

A arquiteta e integrante do Comphac explica que a pedra portuguesa precisa estar travada uma na outra para se firmar, e quando uma se solta começa a levantar as outras. “E foi o que aconteceu aqui nos nossos passeios, as pedras se soltaram pelas raízes das árvores e o passeio perdeu a qualidade. A ideia, nesta manutenção, é dar mais área para as árvores crescerem, com saúde, várias já caíram por conta da falta de espaço para se desenvolver. Assim, a partir destas melhorias vamos deixar o piso adequado para as pessoas caminharem com qualidade, deixando o passeio reto e liso, desfazendo a ideia de que a pedra portuguesa não é acessível, porque é somente uma questão de falta de manutenção”, observa a arquiteta.

Ela explica que os passeios serão levantados e terão caimento para a rua, mantendo as características originais. “Vamos reaproveitar as pedras de basalto pretas, e as brancas, como são porosas, de calcário, perdem a cor, por isso, serão substituídas por novas. Assim, vai dar para enxergar melhor os desenhos, que são brancos e serão refeitos, conforme o projeto original, feito na década de 1950. Fizemos um levantamento em toda a avenida, da Praça da Bandeira até o Vale do Dourado, para poder reproduzir estes desenhos tal qual eles são”, observa.



Conciliar desenvolvimento e história

“Preservar o patrimônio histórico não barra o desenvolvimento, conseguimos unir as duas coisas em perfeita harmonia. Preservar o patrimônio histórico não impede o desenvolvimento da cidade, muito pelo contrário, valoriza o patrimônio e o turismo, são poucas as cidades do Brasil que ainda mantém este tipo de calçamento, e cada um do seu jeito, com características próprias”, disse a arquiteta.


O presidente do Comphac, arquiteto, Renan Müller, explica que aliar a preservação do patrimônio histórico e o desenvolvimento da cidade é um desafio muito grande, mas é possível. “Este projeto é de extrema importância, e a iniciativa do Poder Público em requalificar estes espaços é fundamenal para preservação dos bens históricos. E um dos principais pontos com relação ao patrimônio público é que ele deve ser utilizado, isso torna mais fácil a sua manutenção e preservação”, disse ele.


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